Éramos cerca de 25.
Uma turma a estrear uma formação especializada acabada de criar, em tema emergente.
Uma turma muito, mas muito peculiar (já fiz parte de algumas mas esta... muito peculiar, mesmo)
Não nos conhecíamos.
A PG foi muito exigente.
A unir-nos, o sermos professores.
Aulas, muitas.
Horas imensas.
Sextas e sábados.
(o que leva professores, cheios de trabalho, a sacrificarem também os sábados, à procura de mais conhecimento? porque são diferentes de tantos outros?)
Intervalos de troca de ideias.
Aulas em que a planificação dos professores era completamente subvertida pela "participação" dos alunos.
(Recordo que fazia montes de comentários e perguntas muito "impertinentes" - havia uma colega que dizia que eu devia estar calada porque os professores ficavam com má impressão - (eu dizia-lhe que era muito inconsciente, dava uma gargalhada e... continuava com a minha impertinência).
O que ouvia interpelava imenso o meu pensamento, a minha consciência. Durante aquelas aulas, de que não perdia pitada, os meus neurónios mexiam-se tanto, que às vezes nem conseguia ficar quieta no meu lugar. Dava por mim a pensar: "Mas onde estive eu estes últimos 8 anos?!"
O meu lugar, "a minha carteira", foi sempre o mesmo, lá mais para o fundo para ver bem as apresentações, do princípio ao fim das aulas presenciais.
Lembro-me de dar conta, de repente, que muitos mudaram de lugar e, a dada altura, estava rodeada de "conforto".
Lembro-me de me lembrar de tirar fotos para mais tarde recordar.
Numa das aulas, levantei-me e subi para cima das cadeiras primeiro, das mesas depois, para fotografar o sentir das nossas aulas.
Os colegas ficaram estupefactos e alternavam o olhar entre mim e a Professora.
A Professora tinha concordado com a minha proposta prévia e lembro-me de ter respondido prazenteiramente: "Claro Cornélia. Eu nasci para o palco!" E rimo-nos as duas.
Depois de novo, quando a Professora explicou por que é que eu estava em cima da mesa a disparar.
Gosto muito destas partidas. São brincadeiras e interrupções que em nada beliscam o saber. Pelo menos, o meu. Gosto muito deste nonsense.
Quando sou eu a responsável pelas turmas, quando dou aulas, gosto de ir percebendo, aos pouquinhos, quando é que posso surpreender os alunos (normalmente resulta; às vezes não gostam...)
A meio da PG, surge a hipótese de fazer doc. Não penso muito.
Decido.
Concorro.
Sou aceite.
Tive de conciliar as aulas e os trabalhos de ambos os cursos mas as aprendizagens já efetuadas na PG deram-me uma base muito confortável para o doc e depois... acho que sou lenta mas tenho muita capacidade de trabalho. Não sei se isso é bom, quer dizer, em alguns contextos, até nem é nada bom, pensando melhor. Torno-me impaciente, acho que já devíamos ir mais à frente. Sim, grande defeito este...
Alguns poucos colegas dos mais próximos resolvem seguir para mestrado.
Cheios de medo.
Alguns desistiram.
Mas hoje e ontem, passados 3 anos, duas colegas apresentam as suas provas de mestrado.
À OB não vou perdoar não me ter avisado, sabendo que eu queria assistir.
À CD agradeço ter-me avisado.
Um tema muito bonito (que ela sabe que gosto).
E a oportunidade de ouvir uma arguente... de que gostei muito: críticas muito subtis, elogios declarados, propostas de trabalho futuro.
Perguntava eu às 2 colegas "Já pensaram se pensaram há 3 anos que hoje iriam estar aqui, neste ponto, com uma PG e um mestrado feitos?"
Numa tese onde se falou do poder das metáforas para ensinar e aprender
e na qual a arguente lembrou este filme...
E porque... esta prof de FQ também acha que sim...
E como disse um colega no FB há pouco "Que vontade de rever o filme!"
Gosto sempre de ir/voltar à Universidade a estas comunhões de ideias.
Saímos sempre mais revigorados.
Vou fazê-lo enquanto puder...
(Na última aula da última unidade curricular do doc disse, já com saudades, "Tão cedo não volto aos bancos de escola..."
Sei lá!
Quem sabe...?)
E porque... esta prof de FQ também acha que sim...
E como disse um colega no FB há pouco "Que vontade de rever o filme!"
Gosto sempre de ir/voltar à Universidade a estas comunhões de ideias.
Saímos sempre mais revigorados.
Vou fazê-lo enquanto puder...
(Na última aula da última unidade curricular do doc disse, já com saudades, "Tão cedo não volto aos bancos de escola..."
Sei lá!
Quem sabe...?)