CC, Lisboa, Portugal, Março 2013
sexta-feira, maio 31, 2013
Casa das Ciências, Fundação Calouste Gulbenkian
Prémio Casa das Ciências.
Excelente ideia: usar a cidade de Guimarães em ano Capital da Cultura... para ensinar matemática na sala de aula ou em outro sítio qualquer
domingo, maio 19, 2013
sábado, maio 18, 2013
Precisamos de bons leaders e não de "falsos" protagonistas e más pessoas
Nunca pensei que o novo regime de direção das escolas revelasse a má essência de quem nos chefia (é disso que se trata, de chefes e não de lideres).
Teve/tem um aspeto muito positivo: revelar a real natureza humana dos que nunca poderão algum dia ser líderes do que quer que seja, de coisa alguma...
segunda-feira, maio 13, 2013
Drop out crisis, conformity, curiosity, teachers as lifeblood of the sucess of schools and so on...
Sir Ken Robinson keeps talking about the same issues
He's been doing that for a while...
Bem, todos gostam de o ouvir mas os curriculae oficiais coartam qualquer tentativa de experimentar
Por isso, para ser um bom professor (mentor, stimulate, provoke, engage) is quite a huge task para um professor num país em que os exames contam e os recursos são cada vez mais a vontade de alguns professores
Sometimes... life is really difficult...
Continuo a gostar muito mais de ouvir o Sir K Robinson do que de o ler
Bem, todos gostam de o ouvir mas os curriculae oficiais coartam qualquer tentativa de experimentar
Por isso, para ser um bom professor (mentor, stimulate, provoke, engage) is quite a huge task para um professor num país em que os exames contam e os recursos são cada vez mais a vontade de alguns professores
Sometimes... life is really difficult...
Continuo a gostar muito mais de ouvir o Sir K Robinson do que de o ler
É por isso que ele tem toda a razão... todos nós temos talentos
Não temos é todos ao mesmo tempo, digo eu
:-)
Mas ninguém é perfeito
:-)
Mas ninguém é perfeito
quinta-feira, maio 09, 2013
O exame da 4.ª classe
Estou há 8 horas a trabalhar com números.
Vou agora trabalhar um pouco com palavras.
Acabei de ler "ainda bem que não fiz o exame da 4.ª classe".
É o mote.
Era miúda e sabia que havia exame para fazer no fim da 4.ª classe.
Ouvia os adultos falar que tinha de se ir a outras escolas.
Mas o meu exame da 4.º classe foi na minha escola, apesar de haver outra mais importante bem perto.
A professora tinha sido sempre a mesma, da 1.ª à 4.ª classe e todos os anos e todos os finais de período fazíamos exames que se chamavam "provas".
Passados dois anos de acabar a 4.ª classe fui buscar as provas todas à escola (no final do 1.º período da 1.ª classe já sabíamos ler e já saía no exame uma conta de divisão).
Foi assim que passados cerca de 30 anos pude ir comparando as minhas aprendizagens com as dos meus filhos e ir rabujando com a falta de treino de tudo - gramática, operações, reduções,... - com o uso da calculadora, com o estudo do meio, sempre com os mesmos temas nos 4 anos, com a falta de treino da escrita, com a falta de uso do dicionário para treinar a memória visual e não só, com a falta de estudo de um texto a nível gramatical, com a falta de tirar significados com os deveres de casa a escrever pela centésima milionésima vez "unidades de milhar de milhão e trilião"!
Tive de desistir!
Preocupei-me que era uma pena que estivessem a aprender tão pouco.
Pensei nos meus alunos fracos e nos seus percursos de vida escolar e ganhei esperança de novo.
Os miúdos - agora no 9.º ano - tiveram provas de aferição no 4.º ano.
Nada que se comparasse com o exame oral que tive de fazer perante a minha professora e mais duas.
Podia escolher-se o texto e depois era a sabatina da gramática.
Uma parte do dia, era a pior parte: a dos lavores.
Mantenho até hoje o saquinho que fiz a ponto de cruz.
Como a professora não treinava os lavores nas aulas, treinavamos nas férias em casa e lá deu no dia do exame para terminar o saquinho e mostrar o quão prendadas as meninas da altura podiam ser (então como agora, também havia o "faz de conta que ").
No final da prova, o júri, representado pela minha professora disse-me que, apesar de ter sido a melhor, não ia ficar com o prémio final.
Afinal, durante os 4 anos tinha ganho os prémios todos e com certeza que não me importaria de dar este último à colega que ficava sempre em 2.º lugar, a título de consolação.
Que podia uma criança responder com 10 anos?
Mas lembro-me do que pensei.
Lembro-me de como ganhei os prémios todos.
Porque sim. Até tinha dificuldades na aritmética mas tinha de as superar. Parece que lá ia conseguindo...
Mas fiquei traumatizada.
Até hoje.
Não com o exame.
Até nem gostava de exames pois era muito tímida e não gostava de ralhetes.
Nesse ano estreava-se o ciclo preparatório e não foi preciso ir para o colégio que exigia exames.
No ciclo preparatório, bastava ter média de 14 nos 2 anos para se dispensar de exames.
Voltei a fazer 2 exames no final do liceu e os obrigatórios orais e escritos para os cursos de inglês.
Depois fiz 5 anos de um curso com cadeiras (era assim que se dizia) todas semestrais, com exames práticos, teórico-práticos e teóricos e orais e...
Tive que fazer uma oral que correu mal mas safei-me muito bem, disse o professor perante o meu espanto. Tinha que fazer outra para defender a nota que era alta ou passava uma fasquia estipulada pela Faculdade. Não fiz a oral. Não compensava o gasto de adrenalina. A nota baixou.
E dissertação no 6.º ano em provas públicas.
No final do curso, aconteceu o mesmo que na primária: tive a melhor nota mas fiquei com média de 14,4.
Na vida profissional as coisas correm uns anos melhor, outros anos pior que isto de trabalharmos todos de forma inacabada é muito complexo.
Volto à Universidade muitas vezes para formações mais ou menos complexas.
Continua a acontecer o mesmo tipo de metáfora do exame da 4.ª classe: de vez em quando lá vem um que se engana na nota, não reconhece o erro e não corrige.
(quando for grande não quero ser assim).
Os exames obrigaram-me a "perder" alguma timidez.
Acho que não fiquei traumatizada.
Ou antes, estou traumatizada com as injustiças.
O resto não é problemático.
Os miúdos estão no 9.º ano.
Fartam-se de fazer testes intermédios e encaram com alguma serenidade os exames de Mat e Port, embora a passagem do ano dependa disso.
Os miúdos que esta semana fazem os exames do 4.º ano deviam saber desde o 1.º ano que os teriam de fazer.
Esse é que é o trauma, apesar de contar pouco e servir (?) para aferir o estado da arte.
"Ainda bem que fiz o exame da 4.ª classe?"
Pois não sei responder.
Está feito.
Vou agora trabalhar um pouco com palavras.
Acabei de ler "ainda bem que não fiz o exame da 4.ª classe".
É o mote.
Era miúda e sabia que havia exame para fazer no fim da 4.ª classe.
Ouvia os adultos falar que tinha de se ir a outras escolas.
Mas o meu exame da 4.º classe foi na minha escola, apesar de haver outra mais importante bem perto.
A professora tinha sido sempre a mesma, da 1.ª à 4.ª classe e todos os anos e todos os finais de período fazíamos exames que se chamavam "provas".
Passados dois anos de acabar a 4.ª classe fui buscar as provas todas à escola (no final do 1.º período da 1.ª classe já sabíamos ler e já saía no exame uma conta de divisão).
Foi assim que passados cerca de 30 anos pude ir comparando as minhas aprendizagens com as dos meus filhos e ir rabujando com a falta de treino de tudo - gramática, operações, reduções,... - com o uso da calculadora, com o estudo do meio, sempre com os mesmos temas nos 4 anos, com a falta de treino da escrita, com a falta de uso do dicionário para treinar a memória visual e não só, com a falta de estudo de um texto a nível gramatical, com a falta de tirar significados com os deveres de casa a escrever pela centésima milionésima vez "unidades de milhar de milhão e trilião"!
Tive de desistir!
Preocupei-me que era uma pena que estivessem a aprender tão pouco.
Pensei nos meus alunos fracos e nos seus percursos de vida escolar e ganhei esperança de novo.
Os miúdos - agora no 9.º ano - tiveram provas de aferição no 4.º ano.
Nada que se comparasse com o exame oral que tive de fazer perante a minha professora e mais duas.
Podia escolher-se o texto e depois era a sabatina da gramática.
Uma parte do dia, era a pior parte: a dos lavores.
Mantenho até hoje o saquinho que fiz a ponto de cruz.
Como a professora não treinava os lavores nas aulas, treinavamos nas férias em casa e lá deu no dia do exame para terminar o saquinho e mostrar o quão prendadas as meninas da altura podiam ser (então como agora, também havia o "faz de conta que ").
No final da prova, o júri, representado pela minha professora disse-me que, apesar de ter sido a melhor, não ia ficar com o prémio final.
Afinal, durante os 4 anos tinha ganho os prémios todos e com certeza que não me importaria de dar este último à colega que ficava sempre em 2.º lugar, a título de consolação.
Que podia uma criança responder com 10 anos?
Mas lembro-me do que pensei.
Lembro-me de como ganhei os prémios todos.
Porque sim. Até tinha dificuldades na aritmética mas tinha de as superar. Parece que lá ia conseguindo...
Mas fiquei traumatizada.
Até hoje.
Não com o exame.
Até nem gostava de exames pois era muito tímida e não gostava de ralhetes.
Nesse ano estreava-se o ciclo preparatório e não foi preciso ir para o colégio que exigia exames.
No ciclo preparatório, bastava ter média de 14 nos 2 anos para se dispensar de exames.
Voltei a fazer 2 exames no final do liceu e os obrigatórios orais e escritos para os cursos de inglês.
Depois fiz 5 anos de um curso com cadeiras (era assim que se dizia) todas semestrais, com exames práticos, teórico-práticos e teóricos e orais e...
Tive que fazer uma oral que correu mal mas safei-me muito bem, disse o professor perante o meu espanto. Tinha que fazer outra para defender a nota que era alta ou passava uma fasquia estipulada pela Faculdade. Não fiz a oral. Não compensava o gasto de adrenalina. A nota baixou.
E dissertação no 6.º ano em provas públicas.
No final do curso, aconteceu o mesmo que na primária: tive a melhor nota mas fiquei com média de 14,4.
Na vida profissional as coisas correm uns anos melhor, outros anos pior que isto de trabalharmos todos de forma inacabada é muito complexo.
Volto à Universidade muitas vezes para formações mais ou menos complexas.
Continua a acontecer o mesmo tipo de metáfora do exame da 4.ª classe: de vez em quando lá vem um que se engana na nota, não reconhece o erro e não corrige.
(quando for grande não quero ser assim).
Os exames obrigaram-me a "perder" alguma timidez.
Acho que não fiquei traumatizada.
Ou antes, estou traumatizada com as injustiças.
O resto não é problemático.
Os miúdos estão no 9.º ano.
Fartam-se de fazer testes intermédios e encaram com alguma serenidade os exames de Mat e Port, embora a passagem do ano dependa disso.
Os miúdos que esta semana fazem os exames do 4.º ano deviam saber desde o 1.º ano que os teriam de fazer.
Esse é que é o trauma, apesar de contar pouco e servir (?) para aferir o estado da arte.
"Ainda bem que fiz o exame da 4.ª classe?"
Pois não sei responder.
Está feito.
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